A escoliose é um problema que afeta pessoas de diversas idades, mas nem todos entendem esse problema de forma adequada.
A nossa coluna vertebral é capaz de assumir, patologicamente, uma posição de desalinhamento.
Assim, ela pode se contorcer em seu próprio eixo, inclinando-se para trás, para frente ou para os lados.
Neste artigo, iremos falar tudo o que você precisa saber a respeito desse problema. Confira!
O que é escoliose?

Em suma, a escoliose é encurtamento da nossa coluna, a qual ocorre devido uma curvatura lateral.
O normal é que a nossa coluna vertebral seja reta e alinhada. Mas, quando o paciente tem escoliose, essa região faz uma curva para um dos lados.
Isto é, na maioria dos casos, forma um “C” ou “S”, sendo que pode ocasionar problemas ao paciente.
Estima-se que, hoje em dia, cerca de 3% das pessoas sofrem desse problema, em graus e tipos diferentes.
Esse problema pode ser congênito, que é quando o paciente já nasce com esse problema.
Entretanto, também pode ser neuromuscular, isto é, resultado de algum processo do corpo, como crescimento acelerado.
Por essa razão que a escoliose na adolescência tende a ser comum, já que é um dos possíveis resultados da puberdade.
Mas, muito além do apenas ocasionar no transtorno estético, a doença pode oferecer outras complicações para a saúde do indivíduo, como:
- Desconforto muscular em excesso;
- Comprometer a função pulmonar.
Essa doença costuma se manifestar desde a infância, sendo que detém maior incidência nas mulheres.
Quais são os tipos de escoliose?

Os casos de escoliose são bem diversos, uma vez que há diferentes tipos existentes.
Isso quer dizer que a deformidade pode ter mais de uma origem. Mas, independente do aspecto físico que pode ser igual em todos os tipos, ainda assim pode ter prognósticos bem distintos.
Os tipos de escoliose são:
- Congênita: nada mais é que o tipo cuja origem é desde a nascença, a qual é responsável por cerca de 10% dos casos. Ocorre quando há má formação ou divisão das vértebras;
- Neuromuscular: a escoliose neuromuscular surge por conta de sequelas de doenças neurológicas, como a poliomielite e paralisia cerebral;
- Idiopática: trata-se da causa mais comum, mas que a causa ainda não é conhecida. Cada paciente possui níveis de evolução diferentes;
- Pós-traumática: surge devido uma doença do tecido conjuntivo ou anomalias cromossômicas;
- Degenerativa: trata-se de uma degeneração de discos da coluna vertebral e de suas articulações, a qual acontece na fase adulta.
Ou seja, essa doença pode surgir devido a uma série de questões, que pode ser desde distrofia muscular, congênita ou em decorrência de algum trauma.
O que é a escoliose idiopática?

Como mencionado, a escoliose idiopática é a mais comum, haja vista que é responsável por volta de 80% dos casos.
Trata-se de um tipo que ainda não tem uma causa específica, por mais que tenha diversos estudos e teorias tentando buscar uma explicação.
Esse tipo de escoliose costuma ser dividido em quatro grupos que são:
- Infantil: do nascimento aos 3 anos de idade;
- Juvenil: dos 3 aos 9 anos de idade;
- Adolescente: dos 10 aos 18 anos;
- Adulto: a partir dos 18 anos de idade.
Fato é que algumas pessoas acabam estando mais suscetíveis ao encurvamento da coluna.
Durante a puberdade, por exemplo, a taxa de crescimento do corpo costuma ser muito mais rápida, algo que pode aumentar as chances de progressão da curva.
A grande questão é que, em crianças e adolescentes, a escoliose não oferece sintomas muito visíveis, permitindo com que a doença progrida de forma significativa.
Como tratar a escoliose?

Depende de uma série de fatores, tais como o tamanho, causa, localização da curva, idade do paciente e evolução da deformidade.
A escoliose do adulto, por exemplo, demanda de tratamentos mais específicos que os de em crianças e adolescentes, já que são públicos distintos e que se relacionam de forma diferente com a doença.
Mas, levando em consideração às curvas, o tratamento pode se dividir da seguinte forma:
- Curvas de até 30 graus: costuma ter o tratamento conservador, com base em fisioterapia e Reeducação Postural Global (RPG);
- Curvas acima de 30 graus: além da fisioterapia, requer também o uso de coletes;
- Acima de 50 graus: costuma ser necessário o tratamento cirúrgico, já que pode resultar na compressão de órgãos vitais, como coração e pulmão.
A princípio, o paciente deve passar por uma avaliação funcional, radiológica e estética.
Dessa forma, o médico consegue traçar uma linha de tratamento que seja mais adequada.
A fisioterapia é um tratamento bem comum para essa patologia, uma vez que ajuda a evitar a progressão do desvio e, por consequência, a necessidade de cirurgia corretiva.
Escoliose tem cura?
Sim, existe cura para a escoliose, ainda que isso dependa de uma série de questões.
Isso quer dizer que o sucesso do tratamento vai depender de alguns fatores, tais como a gravidade da curvatura.
No entanto, por mais que exista cura para escoliose, o ideal é que o paciente procure começar o tratamento o mais breve possível, seguindo todas as recomendações do especialista.
O que acontece se a escoliose não for tratada?
Se porventura o paciente não seguir adiante com o tratamento, ele pode ficar suscetível aos seguintes problemas:
- Infecção na coluna vertebral;
- Danos na medula ou no nervo espinhal;
- Progressão maior da curvatura;
- Dificuldade do encaixe dos ossos;
- Dor na coluna lombar;
- Problemas respiratórios e emocionais.
Quais são os principais sintomas da escoliose?

Os sintomas podem variar de acordo com a idade e alguns outros fatores pessoais.
É muito comum que as pessoas acreditem que o principal sintoma é a dor, mas nem sempre isso é verdade.
Dizemos isso pelo fato de existirem alguns pacientes que, mesmo tendo esse problema, não reclamam de dor.
Sendo assim, há diversas situações em que o indivíduo é assintomático, passando a ter sintomas apenas em estágios mais graves da doença.
Muitas das vezes, os únicos sintomas são a assimetria dos ombros, quadris e deformidades de origem estética.
Ainda há situações em que a lombalgia pode se mostrar presente, ainda que em graus variados.
Devido ao fato de se tratar de uma condição de saúde capaz de atingir a todas as faixas de idade, deve-se ficar atento às deformidades estéticas.
Além disso, é importante se manter atento a dores na coluna, dor radicular em membros ou ainda déficit de força ou dificuldade de marcha.
Em qualquer uma dessas situações, é adequado procurar por um médico especialista.
Como é feito o diagnóstico da escoliose?
O diagnóstico pode ocorrer através de um exame físico e histórico do paciente, haja vista que a escoliose é bem fácil de identificar, esteticamente.
Mas, para ter a confirmação, o médico pode solicitar outros exames de raios x ou ainda aplicar o teste de Adams, que costuma ser bem eficiente.
Contudo, como medida de controle evolutivo, a fim de definir a tendência de deformidade, o médico ainda pode requerer exames radiográficos a intervalos regulares.
A depender da situação, ainda pode ser necessário outros exames de imagem, bem como ressonância magnética ou tomografia da coluna.
Se o cirurgião ainda quiser identificar déficit motor ou quando há suspeita de lesão de nervos espinhais ou lesão medular, exames neurofisiológicos se tornam importantes.
Quais são os sinais da escoliose?
No geral, o médico consegue identificar o problema apenas por conta de alguns sinais que o corpo oferece.
Afinal, a escoliose pode ter formas distintas, a depender do local que acomete.
Assim, há situações em que o sinal é imperceptível, enquanto outros desvios são mais significativos.
Então, dentre os principais sinais de alguma possível alteração na coluna, citamos os seguintes:
- Desequilíbrio da pelve;
- Desvio visível da coluna;
- Ombros desnivelados;
- Costelas proeminentes.
Mas, nos casos em que a escoliose está associada à dor, alteração gastrointestinal e dificuldade respiratória, requer uma atenção mais especial.
Perguntas frequentes sobre escoliose
Como é um assunto bastante extenso, algumas pessoas possuem dúvidas mais específicas. Dentre elas, citamos as seguintes:
Onde é a dor da escoliose?
Além das costas, os pacientes costumam sentir dores nas seguintes regiões:
- Cabeça;
- Pescoço;
- Pernas;
- Quadris;
- Joelhos;
- Pés.
Qual o pior tipo de escoliose?
A neuromuscular costuma ser a pior, uma vez que a curvatura costuma ser mais grave.
Por conta disso, pode ser necessário fazer uma cirurgia para escoliose, de modo a manter o equilíbrio do tronco.
Quem tem escoliose pode fazer caminhada?
Sim. Todos os tipos de exercícios que estimulam os dois lados do corpo ajudam a tratar e prevenir a escoliose.
Quem tem escoliose pode pegar peso?
O mais adequado seria que esse tipo de paciente não pegasse peso, haja vista que a coluna pode estar compensada, e não equilibrada.
Ou seja, acaba tornando a região mais suscetível a sobrecargas mínimas, que podem resultar em problemas maiores.
Qual o melhor exercício para quem tem escoliose?

Todos aqueles que, igualmente, estimulam os dois lados do corpo. Dentre os exemplos, citamos:
- Ioga;
- Pilates;
- Corrida;
- Natação;
- Caminhada;
- Hidroginástica;
- Musculação, a depender do caso.
Referências
Scoliosis. Disponível em:
https://www.nhsinform.scot/illnesses-and-conditions/muscle-bone-and-joints/conditions/scoliosis
Everything you need to know about scoliosis. Disponível em:
https://www.medicalnewstoday.com/articles/190940
Scoliosis: What You Need to Know. Disponível em:
https://www.spine-health.com/conditions/scoliosis/scoliosis-what-you-need-know