A espondilolistese é uma deformidade causada pelo deslocamento de uma vértebra sobre as demais, gerando um desalinhamento da coluna.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 13% da população mundial sofre com dor nas costas.
Ainda segundo a instituição, 8 em cada 10 pessoas vão apresentar algum episódio de dor na coluna ao longo da vida. Uma das condições que pode provocar dor nas costas, principalmente na lombar, é a espondilolistese.
Em primeiro lugar, os sintomas dessa doença podem ser similares aos da hérnia de disco, podendo, inclusive, comprimir os nervos, afetando a qualidade de vida e dificultando atividades simples, como caminhar.
Geralmente esse desvio pode ser assintomático, mas quando o deslocamento da vértebra é significativo, pode haver uma compressão das raízes nervosas, provocando dor.
A prevalência dessa doença varia de 19% a 43%, sendo as mulheres as mais afetadas.
Quais são as causas e os tipos de espondilolistese?
A espondilolistese pode ter várias causas, dentre elas degenerativa, ístmica, traumática, displásica e patológica. Conheça abaixo um pouquinho da cada uma delas.
Espondilolistese degenerativa
É causada pelo processo de envelhecimento, quando existe o desgaste das articulações facetarias.
Sendo assim, normalmente, atinge a região lombar, afetando adultos acima dos 40 anos e idosos.
Espondilolistese ístmica
Geralmente acomete crianças e adolescentes devido a alguma má-formação congênita (de nascimento) ou lesões ocorridas na infância.
Espondilolistese traumática
Pode acontecer após acidentes ou quedas que resultam em traumas ou fraturas da coluna.
Espondilolistese displásica
É mais comum em adolescentes e adultos jovens. Costuma afetar a região lombar, entre as vértebras L5 e S1. Nesse caso, as vértebras não suportam o peso exercido sobre elas e acabam deslizando.
Espondilolistese patológica
Ocorre devido a alguma doença óssea, infecção ou tumor.
Espondilolistese: conheça alguns sintomas da doença
A espondilolistese pode causar deformidade gradativa da coluna lombar e, ainda, o estreitamento do canal vertebral (estenose do canal).
Então, quando essas situações ocorrem, pode surgir dor na lombar, dor ciática, dor nas pernas, formigamento, encurtamento dos músculos posteriores da coxa, espasmos musculares leves, perda de força e coordenação dos movimentos e, em casos graves, incapacidade para andar.
Portanto, apesar dos sintomas descritos acima, vários pacientes com espondilolistese terão sintomas vagos e pouca deformidade visível – somente quando o deslizamento atinge proporção maior do que 50% a deformação fica perceptível.
Descubra como é feito o diagnóstico da espondilolistese
Para fazer o diagnóstico dessa condição, o ortopedista especialista em Coluna realiza exames físicos e também exames de imagem como raio-X, tomografia e ressonância magnética.
Esses procedimentos mostram com eficácia o nível de deslizamento da vértebra e se existe compressão dos nervos.
Conheça os graus da espondilolistese
A espondilolistese é dividida em cinco graus, de acordo com a gravidade do deslizamento (listese). Confira quais são.
- A Espondilolistese grau I: deslizamento de até 25%
- Espondilolistese grau II: deslocamento de 25% a 50%
- A Espondilolistese grau III: listese de 50% a 75%
- Espondilolistese grau IV: deslizamento de mais de 75%
- Espondilolistese grau V: quando existe o deslocamento completo da vértebra ocorre espondiloptose, o deslizamento chega a 100%.
Tratamentos que o ortopedista especialista em Coluna pode indicar
O tratamento para a espondilolistese dependerá do tipo e do grau de deslocamento da vértebra, por exemplo.
Quando o deslizamento é menor que 50 graus, e não existem sinais de compressão dos nervos, o ortopedista especialista em Coluna costuma recomendar fisioterapia, exercícios para coluna, medicamentos, repouso, utilização de órteses, infiltrações e bloqueios espinhais, por exemplo.
O ortopedista especialista em Coluna deverá recomendar um procedimento cirúrgico quando os tratamentos conservados, então após um período significativo de tempo, não conseguirem aliviar os sintomas ou se o nervo estiver comprimido.
Prevenção: dicas do ortopedista especialista em Coluna
Para prevenir ou tratar a espondilolistese, é fundamental manter os músculos das costas fortalecidos, pois eles protegem e evitam a movimentação das vértebras.
Também é importante alongar frequentemente a região, pois ajuda no encaixe correto da coluna vertebral, melhorando a postura.
Referências
Orthopaedic Knowledge Update Spine
https://boneandjoint.org.uk/article/10.1302/0301-620X.80B1.0800186b/pdf
Handbook of Spinal Cord Injury” by Mark A. Dekutoski, MD, Michael J. Lee, MD, and James S. Harrop, MD