A articulação L5-S1 é o ponto de transição entre a coluna lombar e o sacro.
Essa região suporta altas cargas, participa da mobilidade do tronco e pode ser fonte de dor quando há desgaste, inflamação ou compressão nervosa.
Neste guia, você entende as funções, sintomas, exames e opções de tratamento para L5-S1.
Anatomia do segmento de movimento
O segmento L5-S1 reúne o corpo vertebral de L5, a base do sacro S1, o disco intervertebral, as articulações facetárias e ligamentos.
As raízes nervosas de L5 e S1 passam ao lado do disco e seguem para as nádegas, coxas, pernas e pés. As forças de cisalhamento e compressão são maiores neste nível, o que explica a frequência de lesões e degeneração.
Problemas comuns em L5-S1
- Hérnia de disco L5-S1: extrusão do material do disco que pode comprimir L5 ou S1.
- Protusão e abaulamento: saliências do disco que irritam estruturas vizinhas.
- Desgaste facetário: osteoartrite com dor local e limitação.
- Redução do espaço discal: perda de altura do disco por degeneração.
- Espondilólise: fratura por estresse da pars interarticularis de L5.
- Espondilolistese: escorregamento de L5 sobre S1 quando há instabilidade.
- Estenose: estreitamento do canal e dos forames com compressão das raízes.
Sintomas e sinais relacionados
A dor pode surgir de forma súbita após esforço ou evoluir de modo gradual. Em L5-S1, o padrão mais comum é lombalgia com ou sem irradiação.
- Radiculopatia L5: dor na face lateral da perna, dormência no dorso do pé, fraqueza para elevar o hálux.
- Radiculopatia S1: dor pela face posterior da perna até o pé, redução do reflexo aquileu, fraqueza de flexores plantares.
- Dor facetária: piora ao estender e girar o tronco.
- Dor discogênica: piora ao sentar muito tempo ou ao inclinar para frente.
Sinais de alerta: dor intensa com fraqueza progressiva, perda de sensibilidade em sela, alterações de controle urinário ou fecal indicam possível síndrome da cauda equina e exigem avaliação urgente.
Causas e fatores de risco
- Degeneração relacionada à idade e genética.
- Carga repetitiva, levantamento de peso, vibração ocupacional.
- Sedentarismo, tabagismo, sobrepeso e má postura prolongada.
- Traumas e microtraumas de atividades esportivas ou laborais.
Diagnóstico: como investigar
- Exame clínico: mapeamento da dor, testes neurológicos, força e reflexos.
- Ressonância magnética: avalia o disco L5-S1, raízes, facetas e canal.
- Tomografia: útil para pars, facetas e planejamento cirúrgico.
- Radiografias: escorregamento, alinhamento e dinâmica em flexoextensão.
- Eletromiografia: confirma a radiculopatia e diferencia causas.
Tratamentos conservadores
O plano é individual e começa com medidas de baixo risco. O objetivo é reduzir a dor, recuperar função e prevenir recidivas.
- Educação e analgesia: ajuste de carga diária, analgésicos e anti-inflamatórios conforme orientação.
- Fisioterapia: fortalecimento de core e glúteos, mobilidade do quadril, estabilização lombar, treino de padrão de movimento.
- Atividade física guiada: caminhada, bicicleta ergométrica e natação de baixo impacto.
- Perda de peso e cessar tabagismo: reduzem sobrecarga e inflamação.
- Infiltrações: corticoide perirradicular ou facetário em casos selecionados para controle de inflamação.
Quando considerar cirurgia
A indicação cirúrgica é considerada quando há falha do tratamento conservador, dor incapacitante persistente, déficit neurológico significativo ou instabilidade documentada.
A urgência é maior diante de sinais neurológicos progressivos ou disfunções esfincterianas.
- Descompressão: microdiscectomia para hérnia de disco L5-S1 sintomática.
- Estabilização: artrodese em instabilidade, espondilolistese e dor mecânica refratária.
- Artroplastia discal: opção em casos selecionados, sem artrose facetária avançada.
Prevenção e cuidados diários
- Alternar posições ao longo do dia e fazer pausas ativas.
- Ergonomia no trabalho, regulando altura de cadeira e tela.
- Técnica ao levantar peso, com joelhos flexionados e carga próxima ao corpo.
- Rotina semanal com exercícios que fortaleçam tronco e quadris.
FAQs
Onde fica L5-S1 e qual a sua função?
L5-S1 liga a última vértebra lombar ao sacro. O conjunto disco e facetas permite flexão, extensão e rotação controlada, além de transferir carga para a pelve e membros inferiores.
Como saber se minha dor vem de L5-S1?
A dor que piora sentado por muito tempo, com irradiação para perna e alterações de sensibilidade sugere envolvimento de L5 ou S1. O diagnóstico correto depende de avaliação clínica e exames de imagem quando indicados.
Hérnia de disco L5-S1 pode melhorar sem cirurgia?
Muitos casos melhoram com analgesia, reabilitação e ajuste de carga. Cirurgia é reservada para déficit neurológico, dor persistente e instabilidade documentada.
Quais exames avaliam melhor L5-S1?
A ressonância magnética detalha disco, raízes e canal. Radiografias mostram alinhamento e espondilolistese. Tomografia ajuda na análise óssea e planejamento cirúrgico.
Quais sinais exigem atendimento imediato?
Fraqueza progressiva, perda de sensibilidade em sela, dor intensa com alteração do controle de urina ou fezes indicam possível síndrome da cauda equina e precisam de avaliação urgente.