Espondilodiscoartrose é incapacitante para parte dos pacientes, mas isso varia conforme a gravidade, a resposta ao tratamento e o tipo de trabalho.
O meu objetivo aqui enquanto especialista em coluna é explicar quando o quadro limita de fato, como o INSS avalia e o que fazer para proteger seus direitos.
O que é espondilodiscoartrose
Espondilodiscoartrose é um processo degenerativo que compromete as articulações entre as vértebras e os discos intervertebrais.
A consequência mais comum é dor persistente, rigidez e perda de mobilidade. Em fases com compressão nervosa podem surgir formigamento, fraqueza e dor irradiada.
Espondilodiscoartrose é incapacitante? Quando e por quê?
O quadro torna-se incapacitante quando a dor e a limitação funcional impedem tarefas básicas ou a atividade profissional.
Sinais de alerta incluem:
- Crises frequentes.
- Uso contínuo de analgésicos sem controle da dor.
- Déficit neurológico.
- Piora ao executar movimentos repetitivos ou levantar peso.
O impacto no trabalho depende do esforço físico exigido. Funções com carga, vibração, postura estática prolongada ou torções de tronco tendem a agravar os sintomas.
Em funções administrativas, ajustes ergonômicos e pausas programadas podem manter a produtividade.
Como o INSS avalia a incapacidade
Na perícia, o foco é capacidade laboral, não apenas o diagnóstico. O perito cruza exames, evolução clínica e a descrição do trabalho.
Quando a limitação é temporária, pode haver auxílio por incapacidade temporária. Se a limitação é total e permanente, sem possibilidade de reabilitação, avalia-se aposentadoria por incapacidade permanente.
Em famílias de baixa renda com impedimento de longo prazo, analisa-se o BPC.
Provas e documentos que fortalecem o pedido
Leve documentação organizada e recente. Isso acelera a análise e eleva suas chances.
- Laudos com diagnóstico, CID referente à doença da coluna, tratamento proposto e limitações funcionais.
- Exames de imagem, como radiografia, ressonância ou tomografia, descrevendo degeneração discal e articular.
- Relatórios da fisioterapia com evolução, dor ao esforço e testes funcionais.
- Receitas e histórico de medicações usadas, inclusive efeitos adversos.
- Descrição detalhada do cargo e lista de tarefas com exigências físicas e posturais.
- Atestados de afastamentos anteriores e prontuários de urgência em crises dolorosas.
Tratamento e qualidade de vida
O tratamento combina:
- Educação postural.
- Analgesia guiada pelo médico.
- Fisioterapia com fortalecimento do core e alongamentos.
- Perda de peso quando indicado.
- Mudanças no ambiente de trabalho.
- Em parte dos casos, infiltrações podem reduzir a dor.
- Cirurgia fica reservada a situações específicas, como compressão nervosa refratária.
Mesmo quando a dor é intensa, um plano bem conduzido melhora a autonomia. A espondilodiscoartrose é incapacitante em fases, mas muitas pessoas retomam atividades com adaptação correta.
Trabalho, reabilitação e adaptações
Se a função atual agrava a dor, busque reabilitação profissional. Ajustes úteis incluem:
- Cadeira com apoio lombar.
- Tela na altura dos olhos.
- Intervalos ativos a cada 50 minutos.
- Rodízio de tarefas.
- Para funções operacionais, reduza carga manual, use carrinhos e evite rotações bruscas do tronco.
Direitos que podem valer para seu caso
Dependendo da avaliação, é possível acessar benefício por incapacidade, isenções tributárias para veículo adaptado conforme regras vigentes, atendimento prioritário e vagas PcD em processos seletivos.
Guarde laudos atualizados para renovar isenções quando exigido.
Espondilodiscoartrose x espondiloartrose
Os termos se relacionam, mas não são idênticos. Espondiloartrose descreve o desgaste das articulações entre as vértebras.
Já a espondilodiscoartrose inclui também o disco intervertebral, mas é um quadro mais abrangente, com maior chance de dor irradiada quando há compressão neural.
Quando procurar nova avaliação
Agende uma consulta se a dor não melhora com medidas iniciais, se há perda de força, alterações de sensibilidade, dificuldade para caminhar ou sinais de comprometimento do controle esfincteriano.
Nesses cenários, a reavaliação define ajustes do tratamento e necessidade de afastamento.
FAQs
Espondilodiscoartrose é incapacitante para todo paciente?
Não. Espondilodiscoartrose é incapacitante quando limita as atividades essenciais ou a função laboral. Em quadros leves a moderados, ajustes e tratamento permitem manter o trabalho.
Quais exames ajudam na perícia do INSS?
Ressonância, radiografia ou tomografia, somadas a laudos bem detalhados e relatórios da fisioterapia. A descrição do trabalho é determinante na análise.
Quem tem direito a benefício por incapacidade?
Segurados com incapacidade temporária ou permanente, conforme perícia. Em baixa renda com impedimento de longo prazo, avalia-se o BPC.
Há restrição total de atividade física?
Não. Atividades de baixo impacto, fortalecimento do core e mobilidade ajudam a reduzir dor e proteger a coluna. Evite cargas altas e torções sem preparo.
Espondilodiscoartrose tem cura?
É condição crônica. O foco é controle da dor, preservação da função e prevenção de crises. Com plano adequado, é possível viver bem.